Dra. Rosana responde!

SIM. Também chamada de hipersonia, a sonolência excessiva diurna pode ter várias causas. Frequentemente ocorre devido à privação de sono (sono insuficiente) ou devido a um distúrbio primário do sono. Por exemplo: os pacientes que têm apneia do sono geralmente se queixam de sonolência diurna.

 

O diagnóstico diferencial da sonolência excessiva diurna é muito importante, pois ela pode comprometer a qualidade de vida e prejudicar as atividades profissionais de um indivíduo, aumentando o risco de acidentes. Além disso, pode ainda levar a pessoa a situações constrangedoras, como dormir durante uma reunião de trabalho ou numa festa. 

SIM. Infelizmente que tem apneia obstrutiva do sono (também chamada síndrome da apneia-hipopneia obstrutiva do sono – SAOS ou SAHOS) apresenta risco cardiovascular aumentado. Diversos estudos populacionais demonstram aumento de hipertensão arterial, infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC) em pacientes com SAOS.

A polissonografia é um estudo do sono de noite inteira, indicado para auxiliar no diagnóstico de vários distúrbios do sono, como a síndrome da apneia-hipopneia obstrutiva do sono (SAOS ou SAHOS). Trata-se de um exame não invasivo que permite a mensuração de vários parâmetros fisiológicos, como: atividade elétrica cerebral por meio do eletroencefalograma (EEG), movimentação ocular, movimentação dos membros, além da respiração, batimentos cardíacos e oximetria (O2).

 

O registro do EEG é parâmetro de fundamental importância para o estagiamento das fases do sono. Os registros dos movimentos respiratórios são realizados por meio de sensores de fluxo colocados próximos ao nariz e boca e pelos movimentos respiratórios torácicos e abdominais, que são registrados por cintas. O registro dos movimentos dos membros é necessário para avaliação do tônus muscular e dos movimentos, sendo realizado por meio de sensores ou eletrodos de superfície.

 

A partir da análise de todos estes parâmetros é possível gerar relatórios que podem confirmar uma suspeita de apneia de sono e auxiliar no diagnóstico diferencial de vários transtornos do sono. 

SIM. Existem estudos evidenciando que a privação crônica de sono ou o sono insuficiente podem afetar vários hormônios que são importantes na fisiopatologia da obesidade, como a leptina e a grelina.

SIM! Dormir não é perda de tempo! Como curiosidade, esta pergunta é “Top 5” entre jornalistas e executivos… Além do repouso e do relaxamento muscular, vários processos ocorrem em nosso cérebro durante o sono, fundamentais para os mecanismos de atenção e memória. É importante também destacar que vários processos metabólicos/hormonais ocorrem durante o sono, por isso, ele é fundamental para nosso organismo e a preservação do ritmo sono-vigília.

SIM. Diversos estudos relacionam a privação de sono ou sono insuficiente com as alterações de memória, em geral por mecanismos relacionados à redução do sono REM*.

 

*REM vêm do inglês “rapid eye movements”, ou seja, movimentos oculares rápidos que acontecem durante o sono mais profundo quando ocorre redução do tônus muscular.

A arquitetura do sono é um termo utilizado com frequência em laudos de polissonografia e nada mais é que a sucessão e distribuição dos estágios do sono. Após o estagiamento do sono, construímos um hipnograma, que é um gráfico que mostra a distribuição entre as fases do sono (e lembra vários prédios agrupados…). Podemos checar a porcentagem de cada fase do sono, se há redução de alguma fase, número de despertares, se o indivíduo muda de fase com muita frequência etc. Todas essas informações podem ser importantes do ponto de vista clínico. O paciente com apneia do sono, por exemplo, geralmente tem uma arquitetura do sono alterada com uma fragmentação importante devido aos múltiplos despertares que ocorrem devido a pausas respiratórias.

A cataplexia é um sintoma de uma doença chamada narcolepsia. Há redução ou perda total do tônus muscular desencadeada por emoções repentinas, sendo que a fraqueza pode levar a pessoa a uma queda. A cataplexia pode ser localizada apenas em alguns músculos ou ser generalizada, acometendo todos os grupos musculares. A duração da cataplexia é em geral curta, durando desde segundos a poucos minutos. Já a narcolepsia é uma doença que cursa com sonolência excessiva diurna, cujo início ocorre, geralmente, na adolescência ou fase de adulto jovem e pode apresentar outros sintomas, além da sonolência e cataplexia.

O termo higiene do sono é muito usado quando nos referimos as medidas comportamentais para melhorar a qualidade de sono de um indivíduo. Trata-se de um conjunto de normas com base em estudos clínicos que facilitam o adormecer.

 

Recomendações “Top 10”:

1. Mantenha uma rotina regular: tente ir dormir e acordar nos mesmos horários todos os dias. Tenha horários regulares para as refeições, tomar medicamentos e outras atividades, pois isso ajuda a manter nosso relógio interno regular.
2. Vá para a cama somente quando estiver com sono.
3. Exercite-se regularmente. A atividade física melhora o sono, mas dê preferência a exercícios leves, como alongamento ou caminhada se for próximo ao horário de dormir.
4. Evite bebidas com cafeína após as 17 horas, como café, refrigerantes, chá preto e achocolatados.
5. Faça refeições leves durante a noite.
6. Não fume antes de dormir.
7. Tenha rituais relaxantes antes de dormir.
8. Evite bebidas alcoólicas.
9. Transforme seu quarto num local agradável para dormir, sem luminosidade, sem ruído e com temperatura adequada. Retire a TV do quarto e fique longe das telas em geral (celular, tablet, etc).
10. Deixe as preocupações longe da cama!!!

O sono REM (do inglês Rapid Eye Movements) é a fase mais profunda do sono em que ocorre os movimentos rápidos dos olhos, abalos musculares breves dos membros e atonia muscular, tornando a nossa musculatura esquelética totalmente relaxada.  Durante o sono REM podem ocorrer variações normais das frequências cardíaca e respiratória, pressão arterial, fluxo sanguíneo coronariano, cerebral e tamanho das pupilas, além de ereções penianas. É nessa fase do sono que sonhamos.

SIM. A dificuldade persistente para iniciar ou manter o sono e a percepção de sono insatisfatório são as principais características da insônia. Quando essas queixas perduram por mais de três meses, gerando consequências negativas na vida do paciente, é importante procurar um médico para avaliação e diagnóstico. O paciente com insônia também pode apresentar sonolência excessiva diurna, distúrbios de humor e irritabilidade; cansaço e mal-estar; dificuldade de atenção, concentração ou memória; prejuízo no desempenho acadêmico e profissional, assim como nas relações sociais e familiares, entre outros sinais.

A necessidade urgente de mover as pernas, geralmente acompanhada por desconforto ou incômodo, é o principal sintoma da síndrome das pernas inquietas. Pacientes também relatam sensação de coceira, formigamento, dormência ou agonia ao ficar parado ou deitado. Geralmente, medidas como uma boa higiene do sono, alongamento ou caminhada para esticar as pernas, banhos quentes, além da prática regular de atividades físicas, podem ajudar a minimizar esses sintomas.

Muito comum em crianças, mas também presente em adultos, o transtorno do pesadelo nada mais é do que um sonho ruim que acontece durante a fase de sono REM (sono mais profundo). Quando os episódios de pesadelos são muito frequentes e impactam a qualidade de vida, gerando cansaço, insônia e problemas comportamentais, por exemplo, pode ser importante procurar a ajuda de um médico especialista. O uso de telas/ eletrônicos durante a noite e notícias negativas influenciam diretamente na ocorrência de pesadelos.

No caso dos bebês e das crianças em idade pré-escolar, o horário mais apropriado para o início do sono é entre 19:00 e 20:30 horas. Quando o horário de dormir é mais tardio, as crianças ficam muito cansadas, irritadas e podem ter mais dificuldade para adormecer. O horário de dormir deve ser o mesmo nos dias de semana e final de semana, pois horários irregulares podem dificultar o adormecer.

Até por volta dos 4 anos algumas crianças tem a necessidade de cochilos diurnos, sendo importante manter um horário regular todos os dias e que nunca ultrapasse às 16:00 horas para não dificultar o sono noturno. A necessidade de sonecas diurnas tende a desaparecer entre quatro e cinco anos de idade.